O Garoto das Asas Efêmeras
para Raziel Maceulevicius
abra teus olhos nesta escura sala
e nada veja pois o tempo se foi
não existe tempo aqui
e não existe tuas lágrimas
uma eternidade anacrônica de silêncio
ou um nada de vida um nada de tudo
teu sonho me atinge
e me rasga a face
segues pelo vale de pedras imaginárias
mas não olhas para o céu errado
toque-me
procure pelo meu sangue espalhado no chão
sinta meu gosto
e liberte-se deste pesadelo vil
não há porquê se temer
somos meros fantasmas de nós mesmos
lançados ao tempo
mas o tempo não existe
nós não existimos