O Garoto das Asas Efêmeras

para Raziel Maceulevicius

abra teus olhos nesta escura sala

e nada veja pois o tempo se foi

não existe tempo aqui

e não existe tuas lágrimas

uma eternidade anacrônica de silêncio

ou um nada de vida um nada de tudo

teu sonho me atinge

e me rasga a face

segues pelo vale de pedras imaginárias

mas não olhas para o céu errado

toque-me

procure pelo meu sangue espalhado no chão

sinta meu gosto

e liberte-se deste pesadelo vil

não há porquê se temer

somos meros fantasmas de nós mesmos

lançados ao tempo

mas o tempo não existe

nós não existimos

Junior Bittencourt
Enviado por Junior Bittencourt em 15/01/2008
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