FRIO NA BARRIGA

Paixão, sempre que penso e te vejo,

Involuntário, acelero a pulsação,

Invade-me os ossos de desejo

Ativando medular sensação.

Sempre que sonho teu toque

O baixo ventre entra em vibração

Com gostosas ondas de choques

Indefinidas e sem clara explicação.

Frio, gelado, está quente,

Erupção que acontece em neve

Insiro-me no teu ambiente

Onda de amor que chega de leve.

Como lacuna alimentar

Remexo e busco, onde deves estar?

Mesmo antes de transformar em saudade

Devaneio embriagado a te amar.

Tormento, extraordinário sentimento,

Que pensar em você me obriga

Vem sempre acompanhado de dentro

Prazeroso friozinho na barriga.

PAULO JOMAR