Olhos famintos
Olhos famintos, sem um toque, sem pressa,
Desabotoam meu ser, numa dança que começa.
Mãos invisíveis, deslizam no ar,
Aquecem meu corpo, fazem meu coração pulsar.
Um olhar é um abraço, um convite sutil,
Reverbera a promessa de um prazer febril.
Bocas que anseiam, em silêncio profundo,
O néctar do desejo, o sabor do mundo.
Em cada troca de olhares, o tempo se desfaz,
E a distância se encurta, enquanto tudo se faz.
Nesse jogo sutil, onde a alma se entrega,
Os olhos famintos revelam a entrega.