SEX A.M.
Menos um dia
Um show de horrores
Uma gleba de amores
Um brinde num bar
Taça de lento veneno
De quem não tem pressa
Pra morrer.
Contar os segredos
E ouvir desespero nessa
Eterna sexta feira.
Perder as horas defronte
A esse altar.
Ah, tá...
Em nome do pai...?
Nascer órfão de rotina
Nascer da retina da novidade
Ganhar dinheiro e perder
A vida.
Enforcar-se numa gravata
Que sonhou e Deus lhe
Atendeu.
Nascer dessa sexta-feira
Beijar a boca, a fonte, a fronte
E seguir para trás ou adiante.
Olhar esse movimento
Parado, dez-cuidado
Enquanto milhares se
Enfrentam nessa jogatina
Um adeus, menino!
Outro adeus, menina!
Dançar também cansa
São six a.m.
Um e outro corpo chega
Para chorar pois o sonho
Ainda não terminou.
...em mais uma sexta feira.