SEX A.M.

Menos um dia

Um show de horrores

Uma gleba de amores

Um brinde num bar

Taça de lento veneno

De quem não tem pressa

Pra morrer.

Contar os segredos

E ouvir desespero nessa

Eterna sexta feira.

Perder as horas defronte

A esse altar.

Ah, tá...

Em nome do pai...?

Nascer órfão de rotina

Nascer da retina da novidade

Ganhar dinheiro e perder

A vida.

Enforcar-se numa gravata

Que sonhou e Deus lhe

Atendeu.

Nascer dessa sexta-feira

Beijar a boca, a fonte, a fronte

E seguir para trás ou adiante.

Olhar esse movimento

Parado, dez-cuidado

Enquanto milhares se

Enfrentam nessa jogatina

Um adeus, menino!

Outro adeus, menina!

Dançar também cansa

São six a.m.

Um e outro corpo chega

Para chorar pois o sonho

Ainda não terminou.

...em mais uma sexta feira.

Roni Coelho
Enviado por Roni Coelho em 18/10/2024
Código do texto: T8176388
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