Invisíveis Gaiolas

Numa gaiola, fios invisíveis.

Entre pesos e contrapesos,

Sou livre?

Ou me deixo prender?

Angústia a me consumir.

Diante da falésia da vida,

Já não posso escolher.

Voar? Cair?

Escolhas que não faço.

Existem outras?

Vivo liberdade imposta.

Sem autenticidade,

Sem identidade.

Carcereiro e prisioneiro.

O que me prende?

Invisíveis correntes.

Entre tantas amarras,

Quero fugir.

Mas o que me prende

Também me liberta?

No peito, um novo cárcere

Silente, me aprisiona.

Preciso desapegar do que me prende.

Olhos invisíveis me observam,

Guardam minhas gaiolas.

Divino Alves de Oliveira
Enviado por Divino Alves de Oliveira em 18/10/2024
Reeditado em 18/10/2024
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