Invisíveis Gaiolas
Numa gaiola, fios invisíveis.
Entre pesos e contrapesos,
Sou livre?
Ou me deixo prender?
Angústia a me consumir.
Diante da falésia da vida,
Já não posso escolher.
Voar? Cair?
Escolhas que não faço.
Existem outras?
Vivo liberdade imposta.
Sem autenticidade,
Sem identidade.
Carcereiro e prisioneiro.
O que me prende?
Invisíveis correntes.
Entre tantas amarras,
Quero fugir.
Mas o que me prende
Também me liberta?
No peito, um novo cárcere
Silente, me aprisiona.
Preciso desapegar do que me prende.
Olhos invisíveis me observam,
Guardam minhas gaiolas.