UM PULO

Que mal faz...? eu não via o sangue como dor

mutilação como errado e sim alivio ao corpo gelado

Cortes, mordidas... por fim; odiava minha pele, meu corpo

Cada fibra trucidada pelas facas ao longo da minha tenra idade

Que então ultrapassou os limites da ponte Newton Navarro

Um ônibus direto ao meu futuro

Perto do meu escuro e profunda desesperança

Da incapacidade de pedir por ajuda

pelo medo de cuidarem de mim como louca

Mas eu sim, era uma grande sofredora.

Admita, eu precisava de ajuda.

Precisava de amor por mim mesma.