O céu da paixão
A passagem do tempo era tão vivo na sua imaginação, via um céu de nuvem escura a se transformar na cor de um céu da paixão... onde se disfarçou de esperança confundindo o amor para ele não se aproximar. Os campos cobriram-se de um verde azul suave, o rio por sua vez, esqueceu a cor antiga do céu cobriu-se- de um sol avermelhado que já nem existia.
O rio correu para o mar, apressado, incansável, às suas margens, o tempo o calado o seguia... os matos caiam sobre as águas e a areia cobria. A chuva veio em abundância, tirando de tudo, a cor, e a chuva apressada ia mar a dentro, encontrava-se com as ondas empolgadas, com alegre egoísmo, assim iam expulsando as sereias.
Assistindo tal desencanto, sobrevoava o amor, à espreita ficava sempre a razão, instigando a emoção, o medo feito gaivota ia fugindo da tempestade. Algumas plumas molhadas não mais seguiam com os ventos... vi. E um novo dia sem nada mais dizer, fingia não perceber o amor partir, furtivamente desaparecendo aos poucos sem se despedir... O céu da paixão tinha o seu tempo.
A noite por sua vez enfeitava-se com a beleza da lua, queria voltar acalmando cada olhar sonolento, louco para sonhar! Era somente a vida acontecendo, o tempo não sabia amar, sabia chorar triste e sozinho, sentindo tanta, tanta saudade!