Caminhada para ver o tempo

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Vou sair para minha caminhada

no vento, sem tempo de chegada,

mas para ver o tempo.

Que seja um momento vistoso,

como a queda da lua sobre a Terra.

Será uma era; chuva, sol, frio e calor ao relento.

Naquela fiel tentação

de quem observa o tempo

vivido nas vilas, belas vilas, más vilas.

No coração da cidade, em sua marginal,

no fim da tarde e em canto marginal.

Mas ser virginal é bom?

Será bom? Está no tempo

e em tantos tons,

fervorosos tormentos.

Quero sentir o tempo sendo isento

de seu próprio tempo,

fumegante e compassivo,

de diversas formas visto.

Como naquele tempo de criança.

O tempo não era tempo,

ele não passava

Existia apenas a vida.