Casimiro de Abreu II
Casimiro de Abreu,
estátua de pedra
na praça de
minha cidade;
por onde andará
aquela saudade
do canto dos sabiás?
Terás esquecido
as tardes fagueiras,
à sombra das bananeiras?
E os nossos riachos?
Que nem sei
se existem mais...
Guardas ainda
a lembrança
daquela valsa e
a alegria daquela falsa,
que tanto te causou ais?
E dos oito anos,
tens lembrança ainda?
das primaveras,
dos madrigais?
Nesse coração de pedra
ninguém sabe...
guardada para todo sempre,
está a lembrança
dessa gente, dessa terra
e daquele tempo
que não volta mais.
Luiz Pacheco