A.L.F.O.R.R.I.A
Uma pessoa andava pelas calçadas da vida , ora alegre, ora triste, mas perambulava. Aquele rosto flácido e trigueiro exigia de nós uma posição exata, firme… decidida.
Este ser trazia no côncavo da mão uma escrita arcaica, que em minúsculas letras e em tão poucas linhas traduzia a liberdade do ir e vir.
De repente… n’outra calçada gélida se encontrava outra que cabisbaixa ficava contemplando o pouco que restava na entre-pernas do chão. Ela era branca, olhos azuis, loura, delicada, sabida e cheia de adjetivos que muitos poucos conhecem.
Naquele momento houve-se um terremoto de contrastes; sendo que uma era o verso da outra… e aquela dita, era a palidez desta e assim sucessivamente.
Um minúsculo diálogo aconteceu em meio a relâmpagos e trovoadas e assim transcedi a dimensão do nada pode. Vejam só a mente:
_ Prazer!... Eu sou a liberdade.
_ Boas!... Sou a escravidão.
Ambas se abraçaram e saíram juntas por aquele meio fio daquela certa calçada vital. Uma e outra se olhavam, se apreciavam, mas não se beijavam. Tentaram se acariciar… não havendo chances de relacionamento. Por que? Ora!!!... O novo e o velho se relutavam em meio real, notando-se que o social já havia falecido a tempos.
Naturalidade!
Houve-se uma explosão. Quando corri para ver. Encontrei repousado no meio fio dois pequenos centímetros de papel com os seguintes dizeres: “Não posso mais viver sem você… pois sem ti sou anônimo, introvertido e obtuso.
Nada sou sem que antes tu possas existir… portanto, juntos somos a razão da liberdade humana.
Vá!!!
Exploda você também.
Rompa as corrente e fuja da demência do sistema.
Seja cético.
Não acredite naquilo que vem de discursos separatistas.
Maioria, minoria.
Sou eu… sois tu.
Deixa o nós brotar livremente sem que a mentira nos corrompa.
Algemas! Nunca mais
Separatismo.
Moro dentro de você.
Libertar-te.
Amei.
Por isso estás lendo.
Apreciando
aquilo que só quem sente
sabe… aprende
repreende.
Vamos para escola?
Editada em 13.08.1996
Reeditada em 14.10.24
Eugênio Costa Mimoso.