Tempo ao tempo
Pensei em escrever...
Mas sobre o quê?
Sobre a vida?
Sobre a morte?
Não sei se era isso que eu queria.
Pensei no mar,
em suas vagas que vão e vêm,
ritmo constante,
fluidez da vida,
ciclos a se renovar.
Pensei no céu
e seus faróis a guiar
naus da existência,
sabe-se lá para onde.
Tantos caminhos,
poucas respostas,
destino e incertezas.
Pensei na lua,
inconstante como eu,
pendulando entre emoções,
buscando estar cheio,
sem saber de quê.
Fases que vêm e vão.
Imerso em incertezas,
ouso falar do tempo:
Do tempo que passa,
anseio transcender limitações.
De um tempo que não para,
procuro desvelar meu caos.
Do tempo que me resta,
tento encontrar sentido.
De um tempo que escapa,
espero preencher meu vazio.
E ainda assim,
não sei se é o que eu quero.
Preciso dar tempo ao Tempo.
Sou eu que escreverei sobre ele
ou ele que escreverá
as linhas da minha vida?