Lágrima
Mortas as horas
O que espero?
Que passem elas
Pelas janelas
Que não abro
Já não
E não já
Giram as mesas
Por ora,
Apenas represa
Profundo pesar.
Mortas as horas
E lá fora
Contínua a chuva
E aqui neva
Nada de novo
Paixão
Seria luxo
Seria a tristeza
Agora
Toda tendência
A se observar?
Caiu o orgulho
Por terra
Bem como o muro
Construído
Na tola guerra.
Mortas as horas
Assim como eu
Por aquele corte
A falta de norte
E de afago
Solidão
Solilóquio
Eis o que resta
E se ancora
Bem no fundo
Deste ferido mar.