IDENTIDADE POÉTICA
Deixe o Parnaso
Ser templo de outrora,
Onde a lírica vã
Só a forma adora.
Jamais minha lira
Deve transformar;
Meu verso só gira
Singelo, sem par.
No sonho me acudo,
Mas não me distou;
Pois eu não me iludo
Em ser quem não sou.
Na vida me calço
De verdade sincera,
Pois o canto do falso
Em mim não impera,
Com simplicidade
Hei de sempre cantar,
E a luz da verdade
Há de sempre brilhar.
— Antonio Costta