SOLIDÃO

Oferto o que me falta,
na esperança de acalmar,
mas quem recebe se esquece
de que também pode doar.

O abraço que eu estendo ao vento
vai sem nunca retornar,
Se perde, evapora, se desfaz
Desfeito no ar
A palavra que consola,
morre em silêncio, sem paz
Jaz aqui, jamais.
E na ingratidão dos dias,
o vazio, meu castigo, grita: "Ai"
E o mundo, alheio, me rejeita:
sem gesto, sem abrigo, se vai

Dou o que mais preciso,
e recebo o nada, o vão.
Tudo em mim se desfaz,
De quem oferta em solidão.

 

Como folhas secas ao vento
Me consome, um abismo, me espreita

 O eco triste, um mundo em silêncio,
Na mão a esperança se rende.

Que Sua vontade seja feita.

Dir Valdir Lopes
 

valdirfilosofia
Enviado por valdirfilosofia em 12/10/2024
Reeditado em 12/10/2024
Código do texto: T8171718
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