ESPELHO NÚ
Estava eu… o próprio,
sentado num banco qualquer….
Quando, de repente fui sobre-
saltado pelos meus pensamentos
e a partir desses fui obrigado a
contemplar-me… veja só.
Momento muito difícil esse, em
que um ser necessita sentir seu
próprio brilho, vendo-se no espelho
da vida, a sua amargura de sempre.
Perdi a privacidade… como pode?
Encontrei somente uma saída:
debrucei-me sobre uma caneta e
ditei a arte que no outrora me
fez pensar… o pensar. Razão
deste meu parco existir.
Sinto-me desfalecido, porque
minhas forças se esvaíram.
Por obséquio…
… Água …
Girei o dorso para o espelho
e na distinta providência, notei
algo peculiar…
Não queria eu fazer parte mais
daquela vida; vila velha, uma
vez que seu antigo habitante
agora jaz. Não co-existo mais.
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… Está lápide é minha …
Contendo tudo o que eu
sou:
partitura sem maestro.
Pura nostalgia, apenas…
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Reflexos…
Editada em 08.09.1994
Reeditada em 10.10.24
Eugênio Costa Mimoso.