EU SOU VOCÊ

EU SOU VOCÊ

Eu sou você

E você sou eu

As vezes brincamos de esconde-esconde

No silêncio do quarto

Com o caderno de anotações

Aquele de papel e memória

E escrevemos rascunhos

De e de lembranças entre achados e perdidos

Vez por outra pela janela entreaberta

Entram ares e ventos

De tempos não controlados pelo relógio

Que a um canto marca a hora

Fora de minha pulsação

Que se alterna entre veloz e quase parando

Os corpos e sombras que nos acompanham são invisíveis

Mas estão visíveis em emoções nessa viagem

A existência é essa que segue sem parar

E vou me confundindo

Eu e você unha e carne

Que nos encontramos nesses desencontros

Respirando o mesmo ar que embaça um pouco a convivência

Mas por mais que pairando se excite

Não apaga a vida que se sustenta

Escrevendo com nossa canhota

Até que a morte não nos separe

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 10/10/2024
Reeditado em 10/10/2024
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