EU SOU VOCÊ
EU SOU VOCÊ
Eu sou você
E você sou eu
As vezes brincamos de esconde-esconde
No silêncio do quarto
Com o caderno de anotações
Aquele de papel e memória
E escrevemos rascunhos
De e de lembranças entre achados e perdidos
Vez por outra pela janela entreaberta
Entram ares e ventos
De tempos não controlados pelo relógio
Que a um canto marca a hora
Fora de minha pulsação
Que se alterna entre veloz e quase parando
Os corpos e sombras que nos acompanham são invisíveis
Mas estão visíveis em emoções nessa viagem
A existência é essa que segue sem parar
E vou me confundindo
Eu e você unha e carne
Que nos encontramos nesses desencontros
Respirando o mesmo ar que embaça um pouco a convivência
Mas por mais que pairando se excite
Não apaga a vida que se sustenta
Escrevendo com nossa canhota
Até que a morte não nos separe