Pé-de-moleque

Foi lá… bem lá, nas curvas da pista

desta vida que te pariram e deram-lhe

aquilo que poucos conhecem, pelo

pseudônimo… de: uma vida.

Moleque era ele, aberto a tudo, até

mesmo ao nada. Sabia com graça e

sem jeito enrolar vários sujeitos de

uma história mal fadada.

Teu pé calejado pelo espinho de

ora-pro-nobis… tocou o asfalto

da gente e o agente não se importou,

simplesmente mudou para aquele canal

onde só passa coisas belas.

Moleque… e agora?...

Este cravo de outrora que te machucou

é o prego que te crucifica nas profundezas

do teu eu… injustamente porque somos

o pé que te atolou no lamaçal do nada.

Agora, tu não dormes mais… apenas

cobra-nos a cada instante o moleque

que deixamos de ser e que jamais

nos tornaremos, esquecidos nas

faixas nuas da rua.

… Jamais teremos …

Será que você, quem não sabe nós

nos perdoarão por conta deste dia?

Será?!...

Findaremos.

Iremos,

Temos.

Editada em 08.10.1994

Reeditada em 09.10.24

Eugênio Costa Mimoso.

Eugênio Costa Mimoso
Enviado por Eugênio Costa Mimoso em 09/10/2024
Código do texto: T8169977
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