Canção da Nau
O navio vaga sobre o negro céu,
Desviando das cadentes estrelas,
Perseguindo as caudas de cometas,
Deixando sobre a bruma seu véu.
A lufada cintilante de ar sideral
Infla as velas da onírica embarcação;
Marinheiros velhos entoam a canção
De todo amor e beleza irreal.
Sobre as águas do céu infinito
Navega a nau e seus homens,
E no baú de tesouros ainda dormem
Todos os meus sonhos de menino.
{2006}