Flanar

Agora, sozinho com meus livros e minha dose

Ainda tenho a cachaça que me abraça na sua falta

Miro a janela e o Sol me cega.

Saio à rua e vejo flores de concreto.

Muros ásperos e pessoas cinzas

com o olhar baixo e passos retos

Pensam em mares.

Alegrias fugazes em bares.

As férias que nunca vem.

A grana que nunca chega.

Alguns fumam;

Outros oram baixinho...

Tem quem quem quase não pisca tentando ser interessante o suficiente no texto que escreve com os dedões

[Na tela pro contatinho]

Em passos rápidos as vitrines passam como borrões

Um prédio de escritórios, elevador tocando Jobim

Rooftop!

Fechado, melhor voltar.

O ar-condicionado já fez melhorar

A tarde.

Rodrigo Margini
Enviado por Rodrigo Margini em 08/10/2024
Código do texto: T8168962
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