Flanar
Agora, sozinho com meus livros e minha dose
Ainda tenho a cachaça que me abraça na sua falta
Miro a janela e o Sol me cega.
Saio à rua e vejo flores de concreto.
Muros ásperos e pessoas cinzas
com o olhar baixo e passos retos
Pensam em mares.
Alegrias fugazes em bares.
As férias que nunca vem.
A grana que nunca chega.
Alguns fumam;
Outros oram baixinho...
Tem quem quem quase não pisca tentando ser interessante o suficiente no texto que escreve com os dedões
[Na tela pro contatinho]
Em passos rápidos as vitrines passam como borrões
Um prédio de escritórios, elevador tocando Jobim
Rooftop!
Fechado, melhor voltar.
O ar-condicionado já fez melhorar
A tarde.