Fios cortados
Perdido em intricados caminhos,
permeados de angústia e solidão,
sigo, buscando liberdade.
Ando cansado de ser marionete!
Nas articulações, cordéis presos deixam chagas.
Em cada movimento, confronto o meu vazio.
No coração, um vácuo imenso.
No corpo, sinais do cansaço.
Na alma, ecos de medos e incertezas.
Cada passo é um peso.
O porvir, névoa densa.
O silêncio me acompanha.
Não desisto.
Ando cansado do olhar do outro a mover fios, a impor limitações.
De viver roteiros que não escolhi,
que me levam onde não quero ir.
Não serei o fantoche descartado.
Não serei mero espectador,
ao fim da caminhada.
Há fios invisíveis aos olhos:
Coroas são pesadas!
O poder angustia!
Não quero mais ser o Gambito do Rei.
Sei o que é sofrer.
Preciso cortar os fios que me prendem
e carregar o peso da minha liberdade.