Fios cortados

Perdido em intricados caminhos,

permeados de angústia e solidão,

sigo, buscando liberdade.

Ando cansado de ser marionete!

Nas articulações, cordéis presos deixam chagas.

Em cada movimento, confronto o meu vazio.

No coração, um vácuo imenso.

No corpo, sinais do cansaço.

Na alma, ecos de medos e incertezas.

Cada passo é um peso.

O porvir, névoa densa.

O silêncio me acompanha.

Não desisto.

Ando cansado do olhar do outro a mover fios, a impor limitações.

De viver roteiros que não escolhi,

que me levam onde não quero ir.

Não serei o fantoche descartado.

Não serei mero espectador,

ao fim da caminhada.

Há fios invisíveis aos olhos:

Coroas são pesadas!

O poder angustia!

Não quero mais ser o Gambito do Rei.

Sei o que é sofrer.

Preciso cortar os fios que me prendem

e carregar o peso da minha liberdade.

Divino Alves de Oliveira
Enviado por Divino Alves de Oliveira em 07/10/2024
Código do texto: T8168282
Classificação de conteúdo: seguro