PÉROLA NEGRA

és a noite aos ombros

enquanto voz d'escombros

disparo de raios sem sol

violetas sem ultras

no céu mais súbito escuro

és duma tinta sem luz

coberta de sombras-capuz

só brilho de crude

a obsidiana miragem

a rasgar-me os olhos

e ao meu peito encolhido

descendo

já denso, de si

da nota mais dura

regurgito a pérola negra

aqui me tens

esférico e compacto

para caber num buraco

aqui me tens

oh morte colorida

06-10-2024

AlexandreCosta
Enviado por AlexandreCosta em 06/10/2024
Reeditado em 21/10/2024
Código do texto: T8167728
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