AA.NN.SS.II.EE.DD.AA.DD.EE

Amanheceu… o relógio, este meu inimigo

provoca-me, a cada instante.

Respiro, para e penso.

Neste momento a hora se esvai

e com ela parte também o meu

sossego… aí então.

Ancoro-me no porto da ilusão.

Lamento, mas meu coração bate tão forte

que eu ofego-me a cada instante e num

milésimo de segundo, resisto e aceito.

Necessito

tocá-la

amá-la

tê-la por perto.

Nevou …

E nessa nevasca do meu dolorido

coração, e meu trépido sentimento

esvoaçou para longe do meu alcançar.

Tic… tac…

Olhe para o tempo…

Manhã, nascimento

Tarde, envelhecimento

Noite, amortecimento.

Neste momento sinto o crepúsculo

cobrir toda a neve, escondendo-me

a relva… fazendo com que eu

perdesse o caminho.

Então, já não consegui mais

enxergar mais a minha rua.

!!!... Ufa !!!...

Gestante de tanto ansiar, experimento

o desespero, contanto, afogo-o esse

esperar no poço do desejar.

É hora… chegou o tempo.

Que bom que você chegou.

Tudo passou, até mesmo o

meu, desmerecer…

… Agora é momento de amar-se.

Eu, ansioso por esse momento teimo

em dizer-te…

Esqueci. O que mesmo?

Aguarde-me na próxima estação.

Até lá

meu jaguar

jejuar…

Abri os olhos e mereci que eu

dormia, enquanto sonhava

acordado. Que irônico!

50 mg de quetiapina

2 mg de alprazolam

10 mg de escitalopram…

Receita por favor. Desculpa.

Está vencida. Agora só para

a próxima volta. No tempo?

Não! Deixe-me acordado

por favor… assim eu dou

conta de contar de um até…

… quanto mesmo …

Ô demência. Cruz credo.

Editada em 24.04.1994

Reeditada em 06.10.24

Eugênio Costa Mimoso.

Eugênio Costa Mimoso
Enviado por Eugênio Costa Mimoso em 06/10/2024
Código do texto: T8167675
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