O homem do jardim.

Você passa pela vida

De olhos vendados,

De ouvidos tampados,

De corpo fechado.

Você não vê as águas passeando

Pelo céu de uma noite nublada.

Você não percebe o azul do céu

De um dia ensolarado.

Você está sempre ocupado.

Você não sente o vento frio na pele,

Nem percebe as primeiras gotas da chuva

Você não ouve os sons da natureza

Você está sempre correndo apressado.

Quando você está livre, ainda é aprisionado

Você chama de lazer o viver enclausurado

Entretém-se com uma tela, porque está cansado.

Você não ouve as risadas das crianças

Nem escuta as anedotas dos idosos.

Você é muito ocupado.

Eles, inocentes ou ociosos.

O que você chama de sucesso

Pode um dia ser um fardo.

Acumular bens e prestígio

E nunca ter desfrutado

Adquiriu tantas coisas,

Delas tornou-se escravo.

Talvez ainda haja um tempo

De parar e refletir assim,

Vendo o momento e o espaço:

"Eis que Deus criou o homem num jardim,

E não em um palácio."