Solilóquio do Vazio

Quando encara as sombras

E vê dois olhos de rubis

Quando se vê entre cobras

Meio morto e infeliz

Quando não há canções

Que explodam o que não se diz

Quando cala as frustações

Nas noites claras e vis

Eu estou bem antes da morte

Do seu coração magoado

Eu estou te dando suporte

Dentro do peito assombrado

Eu estou onde não queria

No copo cheio de passado

Eu estou na ira doentia

Na arma e no ego queimado

Eu te sangro e te curo

Tudo renasce amanhã

Uma oração ao escuro

Uma noite em meu divã

Une vie entière de peine

Un abîme noir géant

Tout est mort par haine

Je m’appelle Néant

João V Zibetti
Enviado por João V Zibetti em 05/10/2024
Código do texto: T8166894
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