TARDIA… LIBERDADE
Sou zabelê que alça vôo
em campo aberto, também
sou graça branca que procura
água fresca para seu pouso
assim fazer… Enfim! Sou vontade
de nascer.
Sou aranquã que canta com o bico
aberto pela mata d’entro… imitando
um rouxinol que beberica gotas de
orvalho pela manhã afora… prova
disto que minha vontade é agora.
Sou mulher que gera os minutos
d’um gemer; sou aposta de qualquer
anoitecer… apetrecho de maleiro que
pensa em somente vender…
No entanto sou uma réplica
do morrer… senhor sobreviver…
Este, estrada afora d’um viver.
Sou vaidade… sou moleque
que gosta de aprender…
Serei o entardecer.
Tarde é… mas chegará.
Editada em 30.09.1993
Reeditada em 04.10.24
Eugênio Costa Mimoso.