Inércia
Vago no silêncio, sem rumo, sem cor
Palavras perdidas no vácuo, sem flor
A mente vazia, o eco sem som
Procuro sentido, mas nada se impõe
O mar de ideias secou de repente
Um deserto no peito, tão indiferente
Onde está o verso, a rima a vibrar?
Só sinto o vazio a me acompanhar
Talvez na ausência se esconda o segredo
Na falta de luz, a essência do enredo
Pois mesmo sem nada, há algo a pulsar
No ventre da sombra, a arte a brotar.