PORTO SOLIDÃO 2
Silêncio absurdo
noite extensa… insônia crônica.
Ensurdecia-me o tic-tac
de um relógio aposto a lhe
jogar o tempo na face.
Encontrei outro solitário
e assim fizemos uma parceria. O rádio…
Companheiro na hora das dores
crônicas e castradoras.
E o medo da morte
Essa foi minha sorte.
A música embalou-me
nas emoções e gelou-me
o coração. Para isto tivemos
que encararmos a dureza.
Nós? Quem?
Presos também amam…
bradou-nos a solidão,
então replicamos.
Veritas… veritas… veritas
afirmou o locutor
traduzindo aquele velho romance
em inglês no portuga.
Hi boy…
Acordei. Era somente eu, não tinha nós.
Surdo fiquei, alheio em meio ao pesadelo.
Bom dia homens de preto.
Que planeta é esse?
S o f r ê n c i a!!!...
Continuo só. Que escuridão. Minha derrota…
barca da triste e tão somente.
Só eu e Adão. Costelas.
Eugênio Costa Mimoso.
14.12.1993
Reeditada em 01.10.24
Eugênio Costa Mimoso.