Ferida aberta.

Um quarto mexido pela escuridão

Uma lua que insiste em brilhar apenas para os cantos

Jogo então para fora o meu abismo

Me persegue e me cega uma grande luz

Velha memória que preciso ir contra

Um vazio, uma voz e um abandono

Por que a dor de algo que já nem faço mais conta?

As luzes do relógio são violentas

Agridem meus olhos: são duas e quarenta

Marca a solidão que finca no peito

Uma fuga de um monstro irremediável

Aparentemente antigo, porém insaciável

Nesse instante

Sou uma máquina suada de medo

Rígido na cama, não me ergo

Fico devoto com os olhos pelo portão

Vejo se o monstro foi embora

Seria a realidade ou uma ficção?

Gabriel Régis feijão
Enviado por Gabriel Régis feijão em 02/10/2024
Reeditado em 02/10/2024
Código do texto: T8165176
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