Estro poético
No vazio do papel, a angústia.
Pena e nanquim num ávido desejo de moldar palavras,
Costurar sentimentos,
Nesse meu abismo de escuridão.
Como versejar,
Diante de um absurdo mundo?
Sem norte,
Sem esperança,
Sem fé,
Sem amor?
No meu vazio
Recorro às memórias.
Reflexos de verdades,
Impregnados de sentimentos.
Recorro a versos não terminados,
mesmo que nada signifiquem.
Num mundo que não me compreende, descubro que no papel em branco, esconde-se a Mística da Poesia.
Como num filme revelado, letras e versos emergem lentamente,
desvelados pela pena, imersa no nanquim.
Em meio a resiliência,
Dores e perdas,
Sonhos e caos,
Como fiapo de luz que não se rende à escuridão,
Serei Guardião dos Sonhos,
Um Artesão das Letras,
Continuarei a desvelar o branco do papel, na busca de um estro poético, que dê cor e forma ao intangível.
A poesia sobreviverá!