LEMBRANÇAS MORTAS
No passado eu vivia cansado,
iludido e adormecido num tempo
onde as aflições eram o meu conteúdo.
Outrora, meu único desejo era ser
aquele que todos gostariam que eu
me tornasse.
Alguém que partiu, sem esperança
de retornar.
Um abraço e um adeus…
Tempos atrás eu rogava, suplicava
implorava por algo
que não fosse tão cruel do que
aquele momento que me escarnecia
o meu âmago.
Outro que voltou e não teve forças
de prosseguir… enfim… foi seu fim.
Saudades dos braços da amada.
Assim, meu pranto era pleno
de lágrimas, entretanto, eu seguia
o meu desalento… meu funeral
sem flores, nem lamentos
apenas murmúrios de quem
não tinha morrido… ainda.
Nesse instante, debruço-me
na lápide do meu túmulo e
no meu esquife eu uso o lenço
para suar o nariz
limpar a boca e dizer:
Tchau passado meu.
Estou a partir,
melhor… dessa eu fui.
Até.
Ah! Lembrei-me de algo
muitíssimo importante,
importantíssimo…
veríssimo….
É um pesadelo.
Acordei.
Bom dia!
Editada em 19.05.1993
Reeditada em 29.09.24
Eugênio Costa Mimoso.