Deitado no Deserto
Meus braços e pernas estão fortes.
Fortes como nunca estiveram.
Sob tantas estrelas sem nome.
Sob tantas ideias, desejos e sonhos que sobem aos céus e retornam como chuvas de inspiração.
Me deito desalmado.
Minhas pistolas nunca tiveram utilidade.
Além de terem machucado tantas pessoas com balas de vento no tambor almadiçoado de palavras desnecessárias.
A densidade dos maus comportamentos lançados e recebidos, é mesmo pesada.
Minha bagagem segue à deriva.
Arrastada por uma força sem nome, ao lado de uma infinita ferrovia.
Meus olhos semi cerrados estão cansados.
Meu corpo esgotado não para de exalar energias.
É mais uma noite neste próspero deserto.
Mais um pistoleiro espalhado na terra batida.