PORTO SOLIDÃO

A noite cai,

meu peito geme e

minh’alma balbucia

de fininho

no ouvido teu…

estou só…

sozinho.

O dia chega…

debruço-me no alpendre

sinto o vento tocar

os lábios teus.

Então entendo que…

estou sozinho,

só.

A tarde emerge e

com ela se esvai o tempo,

eterno amigo de quem

vive e suporta, vivê-lo.

Desconhecido senhor

no anonimato das vidas

alheias…

Assumo. Moro só,

sozinho.

Alço âncora para o

infinito e pesco uma estrela

de escamas douradas…

Mas, meu grito emerge

junto com o meu soluço.

Onde mora meu sonho de amor?

Voltei, tornei-me de vez

apenas solitário

sozinho.

Aqui ancoro meu barquinho.

Sem proa.

Editada em 23.04.1993

Reeditada em 28.09.24

Eugênio Costa Mimoso.

Eugênio Costa Mimoso
Enviado por Eugênio Costa Mimoso em 30/09/2024
Código do texto: T8163175
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