OLHOS DE BOTÃO
Ei, menininha,
Não seja tão curiosa,
Se atente aos perigos lá fora,
Onde vive o desconhecido.
Vejo sua vida cinza e crua,
Porém ela ainda é mais segura
Do que aquilo que está escondido.
Cuidado, menininha,
Com aquele outro mundo,
Com outra mãe, vem outras mentiras,
Que parecem tão bonitas,
Mas a beleza pode ser sombria,
Te encantando com magia
Para, depois, sua alma devorar.
Lembre-se de que a curiosidade matou o gato,
Fique esperta com os fatos,
O espetáculo está cheio de ratos
E você poderá se arrepender.
Veja bem, menininha,
Não se engane com os olhos de botão
Que te estendem a mão
E te entretém.
Se vê-los, corra o quanto puder,
Tranque a porta e jogue a chave fora,
Aqueles olhos não querem o teu bem.