AZUL SOTURNO
Pobre moça
Que continua a esperar por afeto
Mesmo com tanta dor impregnada em seus ossos.
Como um coração morto ainda pode sentir?
Como um coração morto ainda pode partir?
Como olhos mortos ainda podem chorar suas tristezas?
Pobre moça
Cuja existência está por um triz,
Continua sonhando com um final feliz
Que nunca chegará.
O amor a sufocou
Até que sua luz se apagasse,
Até que a chama de sua vida se esvanecesse,
Deixando um grande vazio em seu mundo,
a mergulhando num azul soturno
Do qual não consegue mais se afastar.
Pobre moça
Condenada a vagar na escuridão,
Porque a paixão ainda pulsa
Em um coração que parou de bater?
Esse sentimento continua cruel
Ao envolvê-la durante o frio anoitecer.
E lá está ela, novamente a perecer
Por alguém que não pode ter.