Entre os Dentes
Feito um livro aberto
Em poema de Neruda
Teu colo a descoberto
É desejo que desnuda
Feito fio desencapado
Sob um chão molhado
Teu corpo é condutor
Da energia do amor
Feito sabor de aguardente
Esquentando no peito
Teu calor faz um rio em leito
Descendo voraz entre os dentes