Entre o tempo e a flor
Sempre que a noite cai,
Temo o que a escuridão me traz.
Se o amargo refletir em um espelho,
Chorarei todo o meu orgulho.
Ainda resta, ao dia, algum conselho?
Na estrada que não escolhi seguir,
Receio os destinos que hão de vir.
Ontem fui lastimado.
Hoje sou esquecido.
Amanhã não existo.
Perguntas pairam ao meio-dia.
Escondendo sutilmente a dor que eu via.
Inquietude domina a mente.
Caos se instalando ao sol poente.
O passado é motriz.
O presente é chafariz.
O futuro não condiz.
Lembro-me da flor-de-Lis.
Aguardo-a como um aprendiz.