A ferro e fogo
Parir-se a si mesma não é fácil
Tudo começa num sopro
A alma inundando o corpo
Numa nascente extremamente frágil
Vai se formando cada grão de areia
E surgindo cada gota de oceano
Encontro entre tenor e soprano
Transfusão da veia para a mesma veia
Fazer o próprio parto
E do próprio parto nascer
Desconhecer se é ou não prazer
Sentir o mel-fel do doce-amargo
Jogar sem saber as regras do jogo
Semear brisa e colher vendaval
Iniciar depois de cada final
Expurgar-se a ferro e fogo!