O PARADOXO ABSURDO DA SENSATEZ
Não há nada mais subjetivo
do que minha objetiva subjetividade
Não há nada mais contraditório
do que minha imagem fora do espelho
quando dentro dela ainda me vejo
Não há nada mais ilógico
do que a lógica das minhas incoerências
Não há nada mais oposto
do que o antagonismo das minhas desigualdades
Não há nada mais inverso
do que o reverso que observo nos meus versos
Não há nada mais ostensivo
do que o dissimulado com que me encoberto
Não há nada mais desconforme
do que a conformidade dos meus gestos
Não nada mais discordante
do que a concordância desafinada em meus diversos
Não a nada mais inútil
do que a utilidade das minhas ineficácias
Não há nada mais contraditório
do que minha imagem fora do espelho
quando dentro dela ainda me vejo