E se a coruja dormisse
Essa terra minha que não habito
Estrangeiro eu entre minha gente
Sou andarilho junto à multidão bovina
Que segue ao brequete
A esperar do golpe fatal
Que mais esperar
Quando já na derradeira noite
A coruja
Guardiã vigilante dos abandonados
Que dormem sob marquises fedidas
Não, mil vezes não!
Ao poeta solitário em sua mansidão
Ao poeta moribundo
De amores traídos por falsas sinceridades
Um brinde solene
Porque no transcurso da noite
Somente a coruja velará
Os bêbados nas calçadas