Intruso
Escrevo de lápis com propósito,
Porque as ações que me condenam estão vivas.
Vivo em uma casa construída por tijolos
Com uma família que há um intruso.
A linha é tênue entre amor e piedade;
Essa família trata esse sujeito muito bem,
Mas como um cão ferido que se recusa a ser amado,
Aproveita o portão aberto para fugir.
Novamente e novamente.
Um cão sem lar e sem amor,
Esgueirando das chuvas e dos afetos.
Ele escolhe fugir para o mais longe,
O amor lhe assustava, não havia nada que pudesse fazer.
Ele morreu doente na frente de um supermercado,
Que logo pela manhã foi colocado em um saco.
Sorte, o caminhão de coleta passou minutos depois;
Ali não apodreceu e até o fim dos seus últimos dias
Se recusou a ser um fardo para alguém.