A JANELA DOS DIAS

Acordar é abrir uma janela

— não só em direção ao mundo,

mas para dentro de nós mesmos.

Cada manhã, um convite sussurrado pelo tempo:

"Vem, recomeça. Refaz o caminho,

escolhe outra esquina, outra cor."

Imagino-me num café,

onde as vozes de amigos são nuvens leves,

pairando entre risos e silêncios partilhados.

Ali, num instante que parece eterno,

percebemos a grandeza dos pequenos gestos,

como sementes que se espalham,

tocando vidas, criando raízes invisíveis

no solo fértil das almas.

Mas nem sempre o sol desperta

com o mesmo brilho.

Há dias em que o céu se fecha,

e a chuva molha os olhos

antes que toque o chão.

Nesses momentos,

é a resiliência que nos ergue,

como um pássaro que teima

em voar contra o vento,

sabendo que o céu claro

não é eterno,

mas sempre retorna.

E é no abraço das relações,

nesse espaço entre corações,

que cultivamos o melhor de nós.

São nossos laços,

os braços invisíveis que nos sustentam

quando o chão parece partir.

Valorizar cada encontro,

cada olhar que nos acalma,

é um ato de coragem,

um pacto silencioso com a vida,

que nos pede:

"Floresça, mesmo entre espinhos,

pois o amor é o sol

que sempre volta a brilhar."

Sezar Kosta
Enviado por Sezar Kosta em 25/09/2024
Código do texto: T8159941
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