O número

O tempo

É a minha matemática

Não os lucros

Ou dividendos

A única distância

Via sacra

Segundos, minutos

Múltiplos de momentos

Que se dividem por infinito até o zero

Que se dividem por um, um, um

Vazio sempre por dentro

Uma bolha de existência onde é possível viver

E até se esquecer que não se vive correndo

Ainda que tudo passe tão rápido

Tão frio como os dias

Sem frações ou números inteiros

Sem engenharia ou física quântica

Apenas a mais simples das contas

Em que soma a melancolia

Negativa

E sua geometria de círculos e ciclos que sempre voltam no mesmo lugar

Nas mesmas perguntas

Sem respostas, quando perguntamos

Até quando? Quanto?

E com uma régua se volta ao passado

Por datas, décadas ou anos

Por aproximação

Sensações, achismos

Inexatidão, bruxismo

A doença que tentamos esconder

O que é tudo isso

De existir

De viver