A Arte que me compõe

É tão bom não ser ninguém,

não ser nada,

desaparecer na vastidão da multidão,

onde me perco para, enfim, me encontrar.

A solitude me completa,

me revela,

me faz observar o caos do mundo como uma peça

do quebra-cabeça infinito da vida.

Ser invisível é a liberdade mais pura.

Ver o que os outros não veem,

sentir o que os outros não ousam sentir.

A luz que guia meus passos não vem dos olhos alheios,

mas da arte sutil de existir sem ser notada.

Talvez seja o sangue cigano que corre em minhas veias,

de um povo que sempre soube que a verdadeira força

não está no que é visto,

mas no que se esconde

no silêncio,

no movimento entre sombras.

Myllena Morais
Enviado por Myllena Morais em 24/09/2024
Código do texto: T8158894
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