Cada vez mais deslocado

Até quando??

Cronicamente desempregado

Completamente desalinhado do mercado de trabalho

De exploração

De salários baixos

Jornadas exaustivas

Que eu vejo naqueles jovens nos caixas

Vendedores nas lojas e seus sorrisos, suores...

Até quando??

E eu me vejo um sortudo

Mas também azarado

Por ainda não ter sido capturado pelos Tripods humanos

Vivendo às custas dos outros

De suas limitações

Que também se tornam as minhas

Ainda na ânsia

E não na esperança de um dia, o meu sol nascer quadrado

E cair na mesma rotina

Deles

Daqueles mesmos jovens de cabeças baixas

E eu aqui, me fingindo de morto

De inútil

Para os planos dos outros

De não alimentar essa ilusão

De não me jogar na roda de moer bicho e gente

De não comer o pão e aplaudir o circo todo