tudo é

Não te detenhas com

Pés ainda descalços, deixa

Que a água perfumada da árvore

Primeira te revele o que se oculta,

Mas não deixes de inscrever

No céu mais profano a faísca

Luminosa que fundamenta a existência,

Pois teus olhos estão na pele da

Mesma pedra onde tua forma foi esculpida.

Teu espaço e a membrana da tarde são os mesmos

Que te impedem, abismado, pois tua queda

Já existe junto a teus irmãos, e aqueles da

Copa das árvores estão salvos pelo próprio engano.

Então, tu, rio de outros rios que como rios se movem

À procura do grande pai, não da salvação, pois todo

Caminho é uma faceta da grande pedra, é uma saída

Para uma entrada, e tudo faz parte da mesma vertigem.