O SOPRO DA CALMA EM MEIO AO CAOS

A vida, dizem, é uma corrida

onde o relógio dita o ritmo,

onde os passos se atropelam,

e os corações batem em descompasso,

como se o destino estivesse à espreita,

impaciente, ávido por respostas.

Mas eu aprendi a ouvir o silêncio

que habita nas dobras do tempo,

a sentir o peso leve da paciência,

como quem sabe que o rio corre

sem pressa de encontrar o mar.

Há uma pressa que nos cega,

que nos rouba o instante,

o brilho tímido do sol nas folhas,

o riso que escapa sem querer,

o cheiro da terra molhada

depois da chuva que passa.

E enquanto o mundo gira,

esperando que nos moldemos

à sua dança frenética,

eu pergunto:

quando foi a última vez

que paramos para sentir o agora?

A vida, essa correnteza sutil,

não se mede pelo número de passos,

mas pelo caminho que escolhemos percorrer.

É na pausa, no suspiro demorado,

que os olhos enxergam além,

que o coração encontra sentido

nas pequenas coisas.

E ao desacelerar,

descubro que o valor não está

em chegar primeiro,

mas em caminhar com leveza,

saboreando cada detalhe,

como quem sabe que o tempo,

esse velho companheiro,

não é inimigo,

mas um mestre silencioso

que nos ensina a arte

de simplesmente ser.

Sezar Kosta
Enviado por Sezar Kosta em 23/09/2024
Código do texto: T8158202
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