Canto a Demeter
A terra novamente volta a sorrir
O canto dos pássaros está mais alegre
O farfalhar das folhas mais ritmados
As flores começam a romper o nada
Uma mãe não chora mais sua saudade
Sua filha está de volta
Como celebração da boa nova
Demeter nos presenteia com a primavera.
Os beija -flores agradecem tal dádiva
Dançando para as estáticas flores
Uma valsa nada vienense.
O bem -te- vi está mais fofoqueiro do que nunca
As doces joaninhas,as multicoloridas borboletas
Parecem terem saído de um quadro de Monet.
Será que Persephone quis mesmo voltar?
Será que não sofreu
Por não conseguir viver seu amor proibido?
É primavera, mesmo para os amores proibidos.
É primavera
Meu olhar se enche de realidade
O poeta se enche de realidade
A vida se enche de realidade
Até esse poema é real.
A primavera chegou
Mesmo para quem não tem jardineiras
E tem medo de abrir suas janelas interiores
Quem sabe é esse o momento propício
Recriar uma nova vida
Trocar os espinhos que machucam
Por rosas e cravos que não brigam entre si
É primavera
Desconstrua esse olhar de retinas fatigadas
Beba os primeiros raios de sol
Beba no canto dos pássaros
Beba o voo sereno das borboletas
Beba a beleza estonteante da vida ao seu redor
Beba,se embriague de felicidade
A primavera chegou......
Sol com chuva
É época da viúva se casar
A primavera chegou.