MÁRTIRES DE MINHA TERRA

Sabiá cantou na laranjeira

vento bateu

e minha doce BÁ … tombou.

Culpados?

A fome…

Presente para muitos

ausente de poucos.

Sede de todos os mortais

sobreviventes.

Curiango piou lá no escuro

e o sino repicou…

TEREZA moça rezou.

Razão?

Fé naqueles que ela jamais

encontrou e nunca lhe apareceram.

Pedras brilharam em Santa Rita,

e o assalto aconteceu,

sendo que a vítima fora

o amigo SANTO tombou.

Como?

Ganância dos coronéis

ditadores da ordem suprema.

Justiça… Passado de Grego.

E hoje, já não somos mais,

menos, Troianos.

Dona BIA gritou pela janela e

MARIA, a namoradinha

sorriu

partiu sem demora,

casou-se e nunca mais…

voltou.

Para onde foi?

Para além do que eu possa

imaginar… pensar.

O urro baniu no vale e

o índio de vez perdeu

seu jequi, sobrando-lhe

o rio nhonha.

E o peixe?

Hoje ficou solto nas lembranças

do dia que se pescava

achava

ganhava a vida.

Ribeirinhos jaz na lápide

dos senhores do garimpo.

Solução?

Um profeta um dia voltará

com o anzol e a isca… bem

sabendo que aqui não mais

estarei… é hora de morrer

nascer para o novo jeito

de cuidar

proteger

o que ainda

possa nos acontecer.

É um luto.

Esperança pouca,

resistência tanta

que levanta até

defunto que balança

nas águas dos velho

Chico. Compadre certo

deste que partiu sem

deixar adereço.

Apreço

para que a armadilha

não nos prenda mais

e o coronelismo

pereça

amorteça

a dor da miséria

causada pelo midiático.

Miserável sois vós

analfabetos

da riqueza que nos

sustenta até agora.

Nossa viola.

De Sater em Sater

Nós chegaremos lá.

Abreu… abriu.. fundiu.

Editada em 06.01.1993

Reeditada em 21.09.24

Eugênio Costa Mimoso.

Eugênio Costa Mimoso
Enviado por Eugênio Costa Mimoso em 23/09/2024
Código do texto: T8157762
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