Trajetória

Os traços jovens, te vi perder

Como uma flor que desabrocha muitas vezes

E, em cada ciclo,

Nunca deixa de ser bela.

Os costumes: uns, abandonados

Outros, adquiridos

E, com o vai e vem da vida, uma sabedoria

Acerca do que é mesmo precioso.

Teu saber-viver, tácita arte

Que se perpetua nos ensinamentos

E nas reflexões que fazes

Mirando o horizonte, planejando futuros.

Tuas incongruências canto também, na poesia

Quando estás rude, feia, exausta, humana.

A natureza humana é complexa

Sem espaço para idealizações inverossímeis.

É, sobretudo, no trivial

Onde te manifestas com mais potência

Navegando às margens do tempo

Sem oferecer-lhe resistência.

Tua essência é transitória,

Assim como meu olhar é efêmero

E, nessa vagarosa passagem,

Já acumulamos muitas memórias.

Contemplando o passado, pouco me detenho:

No agir do presente é que residimos.

Esta é a maior lição de te observar:

Seguir sempre em frente, como correm os rios.

pedro toscan
Enviado por pedro toscan em 22/09/2024
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