A estrela lá no alto

A estrela lá no alto

Diz ao pajé e ao morubixaba

Tempo de fazer a festa da

Flauta Uruá

É ela permite guerreiros

Dançarem no seu ritmo

Batendo os pés sincrônicos

Acompanhada pela maraca de

Sementes – urucum, guaraná

Milhos de várias cores

E tudo o céu mandou de cima.

Não é só a imitação da natureza

É a mistura de gente terra

Gente barro e gente matas

Povo rio, povo aves, trovão e chuva.

Depois dessa festa tem de ter o festival

Iniciação dos guerreiros antes curumins

Pós terem ficado na oca dos homens novos

Para esperar Initirá vir ordenhar seus primeiros

Sêmens sementes de mais vida, renovação da tribo.

E em seguida a festa das donzelas recém-mulheres

Que dormiam na oca de Zopitã esperando a lua

Descer com uma bacia de Içana para colher

Os primeiros sangues vertidos do centro da vida

Mulheres e casas das cerâmicas de fazer abá: gente.

Rodison Roberto Santos

São Paulo, 11 de janeiro de 2024

Rodison Roberto Santos
Enviado por Rodison Roberto Santos em 22/09/2024
Reeditado em 22/09/2024
Código do texto: T8157115
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.